(Multimídia) Chamado "acordo" do lado americano sobre TikTok é roubo disfarçado, dizem especialistas

O logotipo do TikTok na tela de um smartphone em Arlington, Virgínia, Estados Unidos, em 30 de agosto de 2020. (Xinhua/Liu Jie)

Beijing, 29 set (Xinhua) -- Um tribunal distrital dos Estados Unidos decidiu bloquear temporariamente a ação do governo dos EUA que impediria novos downloads do aplicativo de compartilhamento de vídeo TikTok e atualizações de software para usuários existentes.

No entanto, a liminar não pode alterar o fato de que o governo dos EUA está suprimindo o TikTok nem encobrir os atos dele de intimidação, disseram especialistas e estudiosos chineses.

Algumas empresas americanas disseram ter chegado a um chamado "acordo" sobre o destino do TikTok com a ByteDance.

Esse "acordo", firmado sob o pretexto de "igualdade" e "cooperação comercial", não passa de um roubo disfarçado, segundo os especialistas.

De acordo com os detalhes divulgados, os EUA fizeram uma série de arranjos na tentativa de forçar o TikTok a se tornar uma empresa americana integral, disse Lu Chuanying, pesquisador do Instituto de Estudos Internacionais de Shanghai.

O acordo TikTok, forçado pelo governo dos EUA sem base legal e factual, é essencialmente um passo calculado no plano de Washington de saquear a empresa chinesa de internet através de meios administrativos, arbitrariamente passando, para fins políticos internos dos EUA, por cima das leis internacionais, acrescentou Lu.

Todas as medidas tomadas pelo lado dos EUA visam monopolizar o mercado na fonte, controlar e espremer as empresas de outros países e buscar lucros máximos para seus próprios interesses, disse Tian Zhihong, diretor do Instituto de Tecnologia Avançada do Ciberespaço da Universidade de Guangzhou.

Os EUA entoaram o slogan de "livre concorrência no mercado" para conquistar os mercados de outros países, mas desta vez obstruíram a livre concorrência e o desenvolvimento de empresas não americanas no país sob o pretexto de "segurança nacional", disse Tian.

Isso reflete exatamente a lógica pirata deles. Se os EUA assumirem a liderança, então tudo ficaria "são e salvo". Mas se não assumirem, o país cometerá um roubo, disse Tian.

Zuo Xiaodong, vice-presidente do Instituto de Pesquisa de Segurança da Informação da China, acredita que o fato de o governo dos EUA forçar o TikTok a transferir seus algoritmos e controle de dados constitui essencialmente uma violação da soberania cibernética da China.

Alguns especialistas observaram que este não é o primeiro caso de intimidação dos EUA sobre as empresas de tecnologia de outros países, dizendo que mais meios tão desprezíveis por parte dos EUA continuarão a colocar em perigo os interesses de mais países e empresas no futuro.

Lu pediu esforços para salvaguardar os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas.

He Yanzhe, especialista em segurança da informação do Instituto de Padronização Eletrônica da China, sugeriu que o governo chinês avalie plenamente a possibilidade de tecnologias nacionais serem roubadas ou mesmo apreendidas enquanto busca desenvolvimento e cooperação no exterior.

Especialistas disseram que diante das ações hegemônicas do governo dos EUA, as empresas chinesas devem defender seus direitos e interesses através de meios legais. Eles também pediram às empresas que deem as mãos à comunidade empresarial global para se posicionarem contra a intimidação dos EUA e manterem a justiça e a imparcialidade na esfera comercial.